Reprodução/TV Jornal
As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que podem levar a complicações do sistema nervoso, têm confundido o diagnóstico e a causa da morte de muitos pacientes. ASíndrome de Guillain-Barré é uma dessas infecções que podem ser fatais e tem levantado algumas suspeitas de óbitos em Pernambuco. Segundo os médicos, os casos registrados no Estado tem ligações com a contaminação dos pacientes pelo zika vírus.
Na tarde desta quarta-feira (25), foi enterrada no cemitério de Camaragibe mais uma vítima da Síndrome: um recepcionista que estava internado no Hospital da Restauração (HR), no Recife. Arthur da Silva, 33 anos, apresentou sintomas durante o Carnaval. De acordo com o sogro, Aníbal Cassiano, o problema evoluiu a ponto do rapaz perder os movimentos dos braços e das pernas. Na ficha assinada por uma médica do HR, foi levantada a suspeita de Guillain-Barré.
Em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, a dona de casa Valdênia Vieira viveu um sofrimento parecido. Há oito dias perdeu o marido, o caldeireiro Ivaldo Alves da Costa, 53 anos, que morreu em decorrência de choque séptico, infecção do trato respiratório e Síndrome de Guillain-Barré, conforme listado no atestado de óbito. A viúva disse que o marido chegou a procurar atendimento médico por quatro vezes, mas só na última vez foi encaminhado ao Hospital da Restauração em estado grave.
No último domingo (21), também foi atestada a Síndrome de Guillain-Barré, miosite e outras complicações como causas da morte da supervisora de recepção de um hotel em Porto de Galinhas, Ana Paula do Carmo Pereira, 27 anos, que ficou internada durante 25 dias. Em janeiro, a índia da tribo Xucurú, de Pesqueira, Agreste de Pernambuco, Daniele Marques, 17 anos, também morreu no HR em consequência de chikungunya e miosite.
De acordo com a neurologista Ana Rosa Melo, a miosite, assim como outras inflamações do sistema nervoso, pode mesmo confundir o diagnóstico por que os sintomas iniciais são muito parecidos. “Geralmente ocorre dores nas articulações e nos músculos, até evoluir para uma paralisia dos membros”, informou Ana Rosa.
Ainda segundo a médica, as consequências seria uma reação de defesa do organismo diante da presença do vírus, que pode ser de dengue, zika ou chikungunya. “As três doenças são acompanhadas de muita dor e que muitas vezes podem ser confundidas. Por isso, pode haver um atraso no reconhecimento de que a limitação é de origem neurológica”, finalizou a neurologista.
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